É fato notório que o mundo mudou mais no século XX (acelerando nas duas décadas finais) do que em todos os séculos anteriores com relação à tecnologia e à informação. A humanidade passou por duas guerras mundiais, revoluções sociais, econômicas, comportamentais, ideológicas etc., mas nada comparável à revolução da informação das duas décadas finais do século passado, que ainda estamos vivenciando.
“Nesse cenário, que muda em alta velocidade, surgiu um novo tipo de ansiedade: a de lidar com o excesso de informações e de como separar o que interessa do que não tem utilidade alguma,” diz Anahi Bitencourt, psicóloga; continuando: “São jornais, revistas, e-mails, telefonemas, material para reuniões de trabalho, e muito mais, bombardeando a todos sem dar trégua, e a pessoa precisa priorizar aquilo que será mais útil e que levará a algum lugar”.
A psicóloga afirma que receber muita informação, entretanto, não significa estar mais inteligente, ou ter
mais conhecimento que ninguém. Diz ainda que é preciso criar um mecanismo de defesa, que se baseia em consciência e serenidade, e deixar o cérebro filtrar aquilo que serve. “Muitos não percebem, mas o cérebro é seletivo. Ele se ‘abre’ para receber as informações que pertencem aos centros de interesse da pessoa, bloqueando os dados que não se encaixam. As pessoas que criam ansiedades ou ficam vulneráveis ao excesso de informação são aquelas cujos ‘centros de interesse’ não são bem definidos”.
A partir desse filtro é que a pessoa transforma a informação em conhecimento. “Conhecimento nada mais é do que informação com significado. É aquilo que muda os fatos, que transforma as coisas, que cria. E cada pessoa constrói seu conhecimento, desde a hora em que aprende a dizer as primeiras palavras. Se compreendermos o significado da informação podemos transformá-la em conhecimento”, afirma Anahi, dizendo que há métodos de ajudar a fazer isso em relação ao trabalho:
“Primeiro devemos eleger bem as nossas fontes de informação. Não adianta ler todos os jornais e revistas, ou uma biblioteca inteira. Do mesmo modo é em vão telefonar ou escrever e-mails para muitas pessoas se não vai sobrar tempo para absorver e usar todas as informações recebidas. No mundo em que vivemos, onde a informação muda a todo instante, temos de ser rápidos em captar aquilo que realmente nos será útil no trabalho, nos relacionamentos e, porque não (?) até mesmo no lazer”, conclui.
Fonte: http://www.vocecommaistempo.com.br/produtividade-e-tecnologia/Quando-a-informacao-e-demais_289.html